30.6.11

A alegria da poeta



Canção da alegria

Urupemba
urupemba
mandioca aipim!
peneirar
peneirou
que restou no fim?

Peneira massa peneira,
peneira peneiradinha,
(Ai! vida tão peneirada)
peneira nossa farinha.

Olhe o rombo
olhe o rombo
olhe o rombo arrombou!
olhe o cisco
olhe o risco
urupemba furou!

Eh! Sai espantalho
da ponta do galho!

Escorra! Escorra!
Tirai essa borra!

Urupemba
urupemba
mandioca aipim!
peneirar
peneirou
que restou no fim?

Farinha fininha
peneiradinha!


nuinha! nuinha!

Jacinta Passos
 
(Escrito em 1944 e publicado em 1945, no livro "Canção da Partida", este é um dos poemas mais alegres de Jacinta, e também um dos mais citados pelos críticos. A partir de uma atividade então corriqueira entre as mulheres do Recôncavo baiano - peneirar a farinha de mandioca -, Jacinta constrói no poema uma metáfora da sua vida.) 

21.6.11

Obra de Jacinta nas principais bibliotecas brasileiras




Há pouco tempo, o blog da Biblioteca Pública da Bahia anunciou:

"Setor de Documentação Baiana adquire novos títulos ".

Entre estes títulos, está:


"Jacinta Passos, Coração Militante - Janaína Amado

A publicação reúne todo o material encontrado a respeito de uma das figuras mais instigantes da literatura baiana do século XX: a poeta Jacinta Passos (1914-1973), nascida em Cruz das Almas, hoje praticamente desconhecida, porque suas obras estavam esgotadas."

A informação nos lembra que Jacinta Passos, Coração Militante, livro com a obra completa de Jacinta Passos, tanto a publicada quanto a até então inédita , mais sua biografia, fortuna crítica e álbum de fotos, hoje faz parte do acervo das principais bibliotecas do Brasil, e também de algumas grandes bibliotecas internacionais. Vários exemplares foram encaminhados às bibliotecas graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que vinculou o financiamento à edição à distribuição de mais de uma centena de volumes às bibliotecas e instituições de ensino e pesquisa, enquanto outros exemplares foram adquiridos pelas próprias bibliotecas. Hoje, a poesia de Jacinta Passos está disponível a todos os leitores e pesquisadores interessados, tanto em bibliotecas quanto em livrarias.